Conto lésbico: Princesinha







Após a melhor festa do início do ano, consegui de fato iniciar minha vida acadêmica, aquela calourada tinha sido tão irada e repleta de acontecimentos que duas semanas depois ainda haviam fofocas que eu não estava por dentro e se quer imaginava que tinha acontecido, cada pessoa me contava uma informação nova, me fazia ficar surpresa e até mesmo relembrar onde é que eu estava pra não ter visto aquilo e felizmente eu estava ocupada demais para saber o que meus digníssimos coleguinhas estavam aprontando, e diga-se de passagem, que bela ocupação a minha, foram tantas novidades que me perdia diante de tanta informação, mas a principal foi sobre a minha princesinha, infelizmente ela era fiel ao namorado, mas nada que me impedisse de continuar investindo naquele pedaço de bom caminho.
O nome dela era Aline, uma moça ela angelical, rosto delicado, cabelos castanhos escuros e longos, voz meiga e jeito doce, extremamente simpática e gentil, e lá no fundo do meu eu, consegui sentir que existia muita malícia abafada de tanta delicadeza, e é claro que eu estava disposta a descobrir, depois de ter dado carona na volta para casa e flertado com ela o caminho inteiro, consegui o número do celular, troca de folows nas redes sociais e um lugar nos melhores amigos do Instagram, ou seja, não consegui nada além de me manter na friendzone e é claro que isso não me fez ficar por satisfeita, nessas duas semanas de aula descobri os doces que ela mais gostava e em cada dia fiz questão de levar um diferente, todos acompanhados de uma cantada engraçada que a fazia rir como ninguém, regra número um da conqhista é que na hora da conquista fazer uma mulher rir é imprescindível, primeiro ela ri das suas piadas, depois ela está sem calcinha na sua cama. Enquanto ela sorria, eu a imaginava sem roupa em cima de mim, cada dia que se passava meus pensamentos em relação a ela cresciam como um vulcão prestes a explodir, eis que após sucessivas tentativas veio um sinal que talvez eu estivesse mais proxima de conquistá-la do que eu imaginava.
—Não sabia que ela fazia o tipo de mulher que você gosta— Comentou Aline mostrando a foto de Suzie para mim, uma veterana e amiga próxima. 
— Relaxa baby, somos apenas amigas — Respondi enquanto mexia no celular. Antes que eu pudesse sequer pensar, ela tomou o celular da minha mão, aproximou-se de mim, com um tom autoritário, mas nada que gerasse medo, falou:
—Que tipo de amizade é essa que beijam na boca? Fazem sexo e dormem juntas? 
— Você fica ainda mais linda bravinha desse jeito. Mas eu só te devo satisfação quando esse dedo aqui tiver uma anel de compromisso. 
— E pra sua informação: somos amigas sim, quem eu quero mesmo é você — Falei me distanciando. 
Se tem uma coisa que aprendi, foi não ceder o ciúmes das mulheres, apesar de está extremamente interessada em Aline, jamais me permitiria ser uma cadela para suas vontades, ela tinha um namorado e nem tínhamos tido nada, ela era a última pessoa que poderia me cobrar alguma coisa, mas admito que fiquei contete com o ciúmes fofo e autoritário dela. 
Quando foi mais tarde, na segunda aula ela sentou-se ao meu lado e ficou me encarando, dessa vez o semblante estava mais sereno e tranquilo. 
— O que vai fazer hoje a noite? — Perguntou em um tom completamente amigável e gentil.
— Nada de interessante. Vai me convidar pra sair? 
— Talvez— Disse arqueando a sobrancelha e dando uma risada de canto de boca. 
—Que tal um cinema na minha casa? Meus pais estão viajando. — Falou com um sorrisinho malicioso. 
Só consegui sorrir, era nítido o semblante malicioso que ela tinha naquele rostinho angelical. 
— Vinho? Uísque? Chocolate? 
— Não precisa levar nada além de você meu amor. 
— Vou te mostrar como ser minha amiga vale a pena — Disse sussurrando enquanto a professora falava ao fundo.
— Eu tenho minhas dúvidas– Retruquei. Ela apenas revirou os olhos e voltou a prestar atenção na aula. Minutos depois recebi uma mensagem pelo celular, era ela que havia mandando uma foto de visualização única, assim que abri meus olhos mal consegui acreditar no que estavam vendo, era ela de sutiã lilás rendado, um sorriso angelical e doce no rosto, um gloss avermelhado na boca, fiquei pressionando aquela foto por pelo menos três minutos, observei cada detalhe daquela imagem até escutar um sussurro ao fundo. 
— Responde minhas mensagens —
Disse Aline, quando então finalmente tive que sair do modo de visualização única, percebi o quão mal intencionada ela estava. 
“Gostou?”
“Nem precisa responder hahaha”
“Ei, me responde amor.”
“Eiiiiii”
“Eiiiii”
“Conseguiu imaginar o que vai fazer comigo? Estou curiosa para saber”
“Quer mesmo saber? Você parece princesinha demais para saber sobre meus pensamentos” 
“Eu sou uma princesa para o meu namorado, mas para você eu quero ser outra coisa” 
“Outra coisa? Que coisa?” 
“Me fala o que você quer que eu seja, talvez eu te surpreenda..” 
“Seja minha que eu te faço gozar como ninguém nunca fez” 
Por um instante ela parou de digitar, assim que a vi, suas mãos estavam sobre sua nuca e a vi suspirar de maneira mais frenética. Ela então olhou para mim e mordeu os lábios, em seguida voltou para o celular. 
“Se assim você já me deixa molhada, quero ver quando estiver me tocando” 
“Você vai descobrir como é fantástico dar pra uma mulher” 
“Se você não me fizer gozar, eu te mato”
“Quer apostar?” 
“O que?” 
“ Se eu te fizer gozar, você realiza um desejo meu e se eu não conseguir (impossível) eu realizo um desejo seu…
“Se você não me fizer gozar, quero transar com você e meu namorado” 
Depois do que ela pediu, só consegui responder com carinhas de choque. Por essa eu não esperava. 
“Tá brincando?!!!”
“Aposta é aposta. Não confia no seu potencial?”
“Apostado” — confirmei, afinal.. era impossível eu não fazer aquela mulher gozar. 
Assim que acabou a aula, Aline saiu da sala junto com suas amigas, dessa vez não se despediu, apenas um olhar semicerrado com um sorriso malicioso de canto de boca, a essa altura eu já estava molhada apenas por pensar na nossa noite mais tarde. Como meu carro ainda estava na oficina, tentei me humilhar para a senhora Ágatha. 
—Por favor mamãe, eu só vou ao cinema com algumas amigas. — Supliquei ao telefone. 
— Que amigas? — Quis saber.
— Precisa mesmo dessa interrogação?
— Venha para casa e conversamos. — Falou impaciente. 
— Mas mamãe… —Desligou do outro lado da linha. Dessa vez voltei com carro de aplicativo, já fazia alguns dias que meu carro estava no concerto e de fato era terrível não ter carro próprio, era quase que não ter uma vida própria, fiquei mendigando caronas de amigos e usando carros de aplicativos, um saco. 
Assim que cheguei em casa, mamãe estava na cozinha fazendo seu macarrão a molho branco, era uma espécie de ritual às sextas feiras, ao invés de sair com as amigas ou com um novo namorado, todas às sextas feiras era cozinhava sua famosa receita e fazia algo que nunca tive muita curiosidade em saber o que era. 
—Boa noite senhora Ágatha— Cumprimentei com um beijo no rosto. 
— Boa noite minha querida — Disse com uma voz aveludada e tranquila. 
— Como você está cheirosa — Comentou mamãe. 
— Aprendi com a mulher mais gata desse mundo. E o que irá fazer hoje além do seu prato favorito? 
— Estava pensando em passar a noite com uma moça que tem a mãe mais gata desse mundo. 
— Sua filha querida tem um compromisso, mas tenho certeza que não faltarão companhias disponíveis para a mãe mais gata desse mundo. 
— Nenhuma que me interesse minha filha. — respondeu mamãe desanimada.
— Você e o Malvino não tem volta mesmo? 
— Com certeza não. Uma mulher independente não precisa de migalhas do afeto masculino . Aprenda minha filha
— Mamãe, se tem uma coisa que eu nunca vou precisar é do afeto masculino. 
— Não estou falando apenas da vida amorosa minha filha, serve para o seu pai..
— Não quero falar do papai. 
— Tudo bem. Vai ao cinema com suas amigas? 
— Sim, calouras da faculdade. 
— Que filme irão assistir? 
— Sinceramente não me importa. Tudo que eu menos quero é assistir o filme. 
Mamãe apenas me olhou de maneira julgadora, ela odiava todas as minhas falas que demonstrasse minha lesbianidade, ela nunca aceitou minha sexualidade, todas as vezes que ela puder evitar esse assunto, ela evitará, e todas as vezes que ela pergunta sobre, eu faço questão de responder mais do que o essencial.  
— Chegue antes das duas horas, se você não cumprir o combinado, nunca mais te empresto meu carro. — Disse firme.
—Obrigada Mamãe – Falei dando um beijo em seu rosto. De imediato fui para o meu quarto me arrumar, já eram quase oito horas da noite. Eis que surge uma mensagem especial, era uma foto de visualização única.  
—Puta que pariu — foi a minha única reação ao ver aquela imagem. 



CONTOS LÉSBICOS PARA MULHERES LÉSBICAS E SÁFICAS. 
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